|
Por. Ev. Junior. |
Uma coisa tenho visto no mundo
evangélico que está pouco a pouco me chamando a atenção. Não sei dizer se isso
é bom ou ruim, discorro apenas sobre o que tenho visto acontecer com muitos
líderes, pastores e músicos do mercado nacional.
Sem citar nomes, grande parte das
caras conhecidas na mídia cristã não se tornaram sucesso por acaso, se tornaram
porque planejaram o seu sucesso, esta ferramenta de planejamento têm sido
utilizada sistematicamente pelos famosos gospel.
Se antigamente cantores gospel
surgiam da igreja local e atingiam seu ponto máximo lançando um CD por uma
gravadora conhecida nacionalmente, hoje
a coisa mudou, e muito.
Grande parte dos rostinhos da mídia
evangélica que vemos hoje são pessoas estudadas, graduadas no exterior por
institutos bíblicos americanos ou europeus. A maioria viveu no exterior para
adquirir experiências, pois para a igreja brasileira a cultura do
internacionalismo ainda é muito forte, ou seja, o cara pode ser crente há 1
ano, mas se for americano já possui um
pacote espiritual instantâneo que lhe dá autoridade e experiência pra falar e
ensinar o que bem entender. Nesta onda é que muitas heresias vieram para nosso
país.
Outra questão é a ajuda mútua
entre líderes. Grandes igrejas possuem um loby entre si de forma que Titãs
ajudam Titãs e seus filhos a visitarem os melhores ministérios do mundo.
Hoje, ser estrela gospel não é
para qualquer um mesmo. Existem adoradores que são mestres em Direito, mestres
em teologia pelas melhores faculdades nacionais e internacionais, possuem
inglês fluente já que muitos deles residiram no exterior durante anos, são bilíngües,
trilíngues, pessoas que preparam suas carreiras de forma minuciosa com um
aporte financeiro monstruoso, contando com produtores e consultoria de imagem.
O ponto forte disso tudo é que
melhora a qualidade de nossas referências já que essas pessoas possuem um
grande conhecimento e experiência para passar através de seus ministérios, além
de as superproduções engrandecerem o mercado voltado ao nosso público.
O ponto fraco é que se você não
possui condições financeiras de fazer tudo isso pode ficar por fora do mercado
uma vez que seus “concorrentes” se é que podemos chamar assim, estão por cima
no que diz respeito a experiência e qualidade sendo as superproduções resultado
de investimentos altíssimos com clipes em alta definição, produção de filme,
divulgação nacional, gravações milionárias.
Não estou aqui tratando do lado
espiritual, mas sim do lado mercadológico, uma vez que investimentos exigem
lucros e exigência de lucro cria um território hostil, implacável onde fica no
mínimo difícil uma atuação maravilhosa e linda do Espírito Santo.
Uma coisa é certa, toda evolução
é um caminho sem volta, portanto se você quer ser um cantor ou um líder
evangélico um dia, pode esquecer a idéia de lançar qualquer trabalho por aí,
pois o público diante de tantas produções e superproduções já está mal
acostumado.
Para finalizar, os
ensinamentos propagados por pregações “youtubistas”
estão tomando conta da igreja. Não é raro você ver alguém dizer: Como diz o
pastor fulano ......! Isso não é ruim, pois o evangelho deve ser propagado e antes
ensinamentos pastorais do que ensinamentos do mundo na boca do povo.
Mas o problema é quando a fim de
dar uma animada ou esticada na interpretação ou até leves trocadilhos juntos
com as máximas: eu penso, eu acho, imagino, os preletores levam o ouvinte a
interpretações teológicas desconexas e passam talvez mesmo sem querer idéias
teológicas que não procedem. Pregações cuja a ideia central é baseada em fantasia é uma fantasia por completo, sendo as verdades do meio apenas uma correnteza de idéias.
Enfim, uma vez mais deixo claro
que tudo que estamos vivendo é um caminho sem volta e um caminho benéfico para
os evangélicos, mas por excelência somos um povo que se especializou através da
fé em preservar princípios, pode estar aí o antídoto caso nossas doenças se
manifestem.
Deus te abençoe.